quinta-feira, 14 de março de 2013

O altruísmo de Madre Teresa: mito ou realidade?

Madre Teresa de Calcutá é reconhecida por muitos como símbolo do altruísmo e do serviço aos mais necessitados. Ela fundou a congregação Missionárias da Caridade e, por sua atuação em lugares de extrema miséria, é também chamada de “santa das sarjetas” – embora não tenha sido canonizada, e sim beatificada (em 2003). A ausência de “manchas” na figura de Madre Teresa no imaginário popular, contudo, despertou a curiosidade de pesquisadores do Canadá.
Eles analisaram 287 documentos sobre Madre Teresa (96% da literatura disponível sobre ela) e encontraram problemas que não teriam sido levados em conta em seu processo de beatificação, como “a maneira duvidosa como cuidava dos doentes, seus contatos políticos questionáveis, sua administração suspeita de enormes somas de dinheiro recebidas, e suas posições excessivamente dogmáticas, em particular, a respeito de aborto, contracepção e divórcio”.
Madre Teresa abriu 517 missões para acolher pobres e doentes em mais de 100 países. Porém, mesmo com milhões de dólares arrecadados pela congregação, muitas dessas missões seriam insalubres, apontam os pesquisadores, baseados em testemunhos de médicos que visitaram algumas delas.
Ao receber o Prêmio Nobel da Paz, em 1979, Madre Teresa declarou: “Eu sinto que o grande destruidor da paz hoje em dia é o aborto, porque é uma guerra direta, uma morte direta – um assassinato direto por parte da própria mãe”. Tal declaração sem dúvida desagradou pessoas que defendem o aborto em caso de gestações indesejadas. Outro posicionamento polêmico seria a respeito do sofrimento: por considerar que a dor seria uma forma de partilhar o sofrimento de Cristo e, dessa forma, colaborar com a redenção da humanidade, Madre Teresa tinha ressalvas quanto ao uso de analgésicos, mesmo em casos de dor intensa causada por doenças terminais.
No livro The Missionary Position Christopher Hitchens demonstra que Madre Teresa se soltava da sua religião e circulava pelo cenário político mundial apoiando e promovendo déspotas e vigaristas conhecidos em troca de doações para sua missão. Dois anos antes da Madre Teresa morrer Madre Teresa já era amplamente divulgada como forte candidata a beatificação a futuramente a santidade dada sua fama. Isso de fato ocorreu em 2003, quando o Vaticano reconheceu um suposto milagre dela na cura de um tumor de uma mulher na Índia. Foi amplamente divulgado tanto pelo marido quanto por médicos da mulher que o problema que a afligia não era um tumor e sim um cisto causado pela tuberculose e que a cura havia ocorrido pelo tratamento médico convencional, fato que não interrompeu o Vaticano de continuar com o processo de beatificação.
À seguir você pode conferir um trecho de um programa em que Hitchens participa sobre as “casas de morte” da Madre Teresa:

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