O professor Bruce Hood, neurocientista na Universidade de Bristol, na Inglaterra, testou os efeitos da informação da moral de um potencial doador em vinte estudantes, que responderam à pergunta imaginando que necessitavam que um transplante de coração. Os estudantes viram fotos de pessoas estranhas e deram notas sobre quão satisfeitos ficariam de receber o órgão daquela pessoa. Posteriormente, após receber informações pessoais sobre a pessoa da foto, responderam novamente.
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Hood afirma que muitos de seus pacientes acreditam ter adquirido características do doador após um transplante de órgãos, inclusive memórias e experiências. “Algumas das mudanças psicológicas vividas pelos pacientes têm explicações psicológicas, porém, de acordo com uma pesquisa com pacientes de transplantes, um em cada três pacientes atribuem ter recebido características psicológicas do doador, embora a ciência convencional rejeite a ideia”. De acordo com Hood, uma adolescente inglesa recebeu um transplante contra sua vontade, pois ela temia ficar diferente, tendo o coração de outra pessoa.“Isso explica esta descoberta de porquê as pessoas rejeitam o coração de um assassino”, afirma Hood. “Basicamente, elas acreditam que de algum modo vão adquirir características do doador”.
Isabel Clarke, psicóloga do sistema de saúde inglês, diz que a associação de ideias pode ser muito poderosa: “Existe um fator emocional muito forte no fato de receber o coração de outra pessoa”. Um porta-voz do programa de transplantes britânico afirma que doações de órgãos são feitas anonimamente no Reino Unido, de modo que os transplantados não sabem nada sobre a personalidade do doador. “Asseguramos que os órgãos doados são compatíveis baseados em critérios clínicos, como idade, tamanho, e grupo sanguíneo”. E completa: “Análises mostram que tais critérios são os mais relevantes para um transplante bem-sucedido”. [BBC]
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