sexta-feira, 22 de março de 2013

Andorinhas estão evoluindo para evitar carros

Cientistas da Universidade de Tulsa em Oklahoma (EUA) afirmam que andorinhas que vivem perto de estradas parecem ter evoluído asas mais curtas para ajudá-las a evitar melhor carros.
Os pesquisadores estudaram andorinhas que vivem perto de pistas movimentadas e observaram que o número de aves mortas por veículos tem diminuído ao longo das últimas três décadas, apesar do fato de que a população em geral tem aumentado.
Eles rastrearam populações de andorinhas (Petrochelidon pyrrhonota) no oeste de Nebraska (EUA) por 30 anos, principalmente para estudar seus comportamentos sociais dentro de suas colônias. Estas aves de inverno vivem em colônias de até 12.000 adultos. Elas normalmente constroem ninhos cônicos à base de lama ao lado de penhascos, mas também podem viver sob pontes e viadutos.
Enquanto os pesquisadores checavam as colônias de beira de estrada, coletaram andorinhas mortas, reunindo 104 aves mortas por veículos e 134 aves mortas acidentalmente em redes utilizadas para estudo.
Em seguida, eles compararam as asas de aves mortas por carros com as asas de aves mortas acidentalmente em redes.
Os resultados mostram que as asas de aves mortas por veículos tinham aumentado ao longo do tempo, enquanto que aquelas que morreram acidentalmente em redes (e são representativas de toda a população de andorinhas) tinham desenvolvido asas mais curtas ao longo do tempo.
Isso é o suficiente para os pesquisadores afirmarem que, em geral, a população está evoluindo para evitar melhor os carros. Asas mais curtas ajudam os animais a girar 90° mais rapidamente.
Críticos têm sugerido que outros fatores além das asas, como padrões de tráfego, predadores, doenças, etc., também podem estar desempenhando um papel nas mortes, mas os pesquisadores afirmam terem levado essas questões em consideração.
“Eu não estou dizendo que é tudo por causa do comprimento da asa”, disse Charles Brown, biólogo da Universidade de Tulsa e um dos autores do estudo. “Mas o encurtamento suporta a ideia de que as aves estão se adaptando a ambientes perturbados, como outros organismos presumivelmente estão”.
Segundo os cientistas, as andorinhas mais ágeis sobrevivem por mais tempo, gerando, por sua vez, proles com asas mais curtas, e assim a sobrevivência do mais apto leva a uma população geral com asas menores.
Se for realmente o caso de que estas andorinhas estão evoluindo para evitar carros, é (mais) uma prova importante do poder da evolução em ação.
Veja o trabalho científico completo (em inglês) publicado na revista Current Biology aqui.[Gizmodo, Nature]

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